Unidades públicas de saúde realizam parto humanizado

Um dos temas mais abordados na saúde pública brasileira, atualmente, é a humanização do atendimento, tanto na questão de estrutura física quanto de pessoal. Em se tratando de instituição pública de saúde, o CONSAÚDE (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ribeira), no estado São Paulo, tem realizado esta tarefa com êxito. Além da questão estrutural, suas unidades, o Hospital Regional Vale do Ribeira e o Hospital Regional de Itanhaém, já possuem know how para realizar a prática do “parto humanizado”.

O termo diz respeito ao processo de nascimento do bebê e ao acompanhamento da gestante, do pré-natal ao pós-parto, e não precisamente a uma modalidade de parto. O “parto humanizado” busca permitir que mãe e recém-nascido tenham um ambiente acolhedor e tranqüilo nesta etapa de suas vidas. Assim, as unidades são obrigadas a fornecer um local apropriado para este atendimento, além de profissionais habilitados, 24 hs por dia, sete dias por semana. Para conhecimento, o HRVR, unidade de referência na região, realizou, em 2010 1913 partos, dos quais 1553 normais e 360 cesárias.

Recentemente, o casal Michielli Silva Bazotti e José Aguiar Gatto Jr. pôde comprovar o quanto é gratificante a chegada de um filho. Neste caso, a participação do pai no nascimento, que acompanhou o pré-natal e ajudou em toda evolução do parto e pós-parto, auxiliando nas atividades – o que fundamenta o conceito de parto humanizado. De acordo com o pai, é uma chance de fazer parte da vida da criança desde seu nascimento. “Eu recomendo a todo acompanhante, e principalmente aos pais, que façam parte disso, ainda mais que ajudar a parturiente é algo que trará maior segurança a ela e a criança. É uma maneira de dividir a responsabilidade.”

A informação é confirmada pelo diretor do setor de Ginecologia-Obstetrícia do HRVR/CONSAÚDE, o médico Alexandre Bittar: “O acompanhante, seja pai, mãe ou amigo, deve permanecer ao lado da mulher que está em estado frágil e com o mínimo de preparo obtido durante o pré-natal, pois irá ser solicitado para ajudar em determinados procedimentos. Assim como tem direitos, ele também possui deveres.”

Sempre que o acompanhante é escolhido, de acordo com o desejo da parturiente, irá participar efetivamente do processo, prestando auxílio psicológico e realizando pequenos procedimentos, tais como: massagens, orientando respiração e auxiliando até na movimentação do feto. Desta forma, além da boa vontade é preciso que a pessoa tenha subsídios e orientações sobre como ajudar.

Para Soely Petruf Techy, enfermeira chefe do setor Materno-Infantil do HRVR/CONSAÚDE (Casa da Gestante, Centro Obstétrico, Alojamento Conjunto e Banco de Leite) ter um pouco de conhecimento ajuda muito. “O que observo é uma falta de preparo das pessoas envolvidas. É preciso acompanhar desde o pré-parto e ajudar a parturiente em várias etapas. O pai deve ser mais participativo e estabelecer melhor qual sua finalidade.”

Um dos grandes problemas enfrentados no parto humanizado, segundo João Henrique Tergolino, Diretor Técnico do Hospital Regional de Itanhaém (HRI/CONSAÚDE), é ambientar o hospital o mais próximo ao lar da parturiente, ou seja, tornar o local do parto o mais acolhedor possível. “Na realidade pretende-se criar condições fisiológicas no ambiente hospitalar, recriar uma atmosfera que não seja propriamente um hospital. Reproduzir um contexto que simula o domicilio, ou melhor, descaracterizar o local de nascimento de algo frio para um ambiente mais aconchegante.”

Além disso, a unidade de Itanhaém, referência no setor de maternidade, prioriza toda uma dinâmica de atendimento ao recém-nascido, como é o caso do Método Canguru, quando o bebê prematuro fica junto a mãe após o nascimento, recebe todo carinho, ganhando peso e desenvolvendo mais rápido, apresenta uma maior evolução. “Nós priorizamos o acompanhamento de toda a evolução do parto, desde o trabalho de parto até a primeira mamada, ou pelo menos seis horas após o nascimento,” reiterou João Henrique. O HRI/CONSAÚDE, em 2010, realizou 1555 partos, dos quais, 534 cesarianos e 1021 normais.

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