Comissão de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes é realidade no Hospital Regional Jorge Rossmann

O Hospital Regional Jorge Rossmann, administrado pelo Consaúde – Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ribeira e Litoral Sul possui uma Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, que vem trabalhando incansavelmente para conseguir o maior número possível de doações. Fazem parte da comissão o coordenador médico da UTI, Dr. Abraão Telles Rocha, a médica Dr.a Claudia Marico Kanno Gomes e a enfermeira coordenadora da UTI Cleiser Soares Bispo Assunção. O trabalho conta ainda com a colaboração da assistente social Nadir Rodrigues de Carvalho e da psicóloga Andréa de Freitas Cercos.

O trabalho não é nada fácil. A primeira captação ocorrida no Hospital aconteceu em janeiro de 2013, quando foram doados dois rins e um fígado de um único doador. A segunda captação ocorreu em maio de 2013, com a retirada dos rins do doador, duas córneas e o fígado. Em 2014, o Hospital captou dois rins e duas córneas.

Desde que o trabalho da Comissão teve início, foram quatro potenciais doadores, mas apenas três doações foram efetivadas. Em um dos casos, a família não autorizou a doação de órgãos. Para a enfermeira Cleiser Soares Bispo Assunção, o trabalho é árduo, mas há motivos para otimismo. “Estamos otimistas e contamos em nossa UTI com uma equipe de enfermagem altamente treinada para manutenção do corpo”, afirmou ela. Isto porque a obtenção de órgãos e tecidos de pacientes com morte encefálica com finalidade de transplante só é possível se forem cumpridas uma série de etapas sequencialmente organizadas, que garantam a identificação do doador potencial, o diagnóstico de morte encefálica, a manutenção clínica e farmacológica, o consentimento familiar, a locação dos órgãos e tecidos doados, as cirurgias de retirada e a realização dos transplantes e implantes. As famílias conversam com a equipe e decidem ou não pela doação. “A dor das famílias é inestimável. Apesar disto, esperamos que todos entendam que a doação de órgãos é um ato de solidariedade, que irá salvar muitas vidas”, afirmou a enfermeira Cleiser.

Regida por lei

A doação de órgãos é regida pela Lei nº 9.434/97. É ela quem define, por exemplo, que a retirada de órgãos e tecidos de pessoas mortas só pode ser realizada se precedida de diagnóstico de morte cerebral constatada por dois médicos e sob autorização de cônjuge ou parente. Para ser doador, não é necessário deixar documento por escrito. Cabe aos familiares autorizar a retirada de órgãos. Caso a família autorize a doação, o Hospital notifica a Organização de Procura de Órgão (OPO) da região. A OPO se dirige ao hospital e examina o doador, revendo a história clínica, os antecedentes médicos e os exames laboratoriais. A viabilidade dos órgãos é valiada pela OPO em duas etapas, como a sorologia para afastar doenças infecciosas e a compatibilidade com prováveis receptores. A OPO informa a equipe de transplante, lista de receptores inscritos, compatíveis com o doador. No caso de transplante de rins, deve-se fazer ainda uma nova seleção por compatibilidade imunológica ou histológica. A central, então, informa a equipe de transplante e o paciente receptor nomeado. E assim, muitas vidas podem ser salvas. Por isto é tão importante que se comunique os familiares o desejo de ser um doador de órgãos.

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