HRLB/CONSAÚDE realiza nova captação de órgãos

A Comissão Intra-hospitalar de Transplante (CIHT) do Hospital Regional Dr. Leopoldo Bevilacqua (HRLB/CONSAÚDE) realizou mais uma captação de órgãos na tarde da última quinta-feira (27). A família da paciente GPSR, de 59 anos, autorizou a doação. Foram captados os rins, fígado e córneas.

O protocolo de avaliação da paciente foi aberto ao meio dia de quarta-feira (26), sendo encerrado às 20h40. A equipe do HRLB/CONSAÚDE realizou dois testes clínicos e um exame de imagem, todos compatíveis com o quadro de morte encefálica.

Em 2018 foram abertos pela equipe do HRLB, 11 protocolos para diagnóstico de morte encefálica. Destes, sete foram doadores de órgãos. Em 2019, foram abertos cinco protocolos até o momento. O enfermeiro André Luís Arcari, Enfermeiro Coordenador da CIHT do HRLB, vinculada a OPO (Organização de Procura de Órgão) do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica como é o processo de doação. “Antes da morte encefálica ser declarada, é feito todo o possível para salvar a vida do seu ente querido. Após o diagnóstico de morte encefálica, não há qualquer chance de recuperação. A família é informada assim que há a suspeita de morte encefálica do paciente, inclusive sobre a possibilidade de doação de órgãos. Os profissionais da Comissão também são responsáveis pelo apoio psicológico dos familiares. Os familiares diretos são responsáveis por autorizar ou não a doação. Cabe ressaltar que após a retirada dos órgãos, é feita a recomposição do corpo e o doador poderá ser velado normalmente, ou seja, não há deformação do corpo do ente querido. Quem deseja ser doador, deve comunicar seus familiares”, disse.

Oito funcionários do HRLB fazem parte da Comissão, sendo médicos, enfermeiros, psicólogo e assistente social. A Comissão do HRLB foi constituída e aprovada pela Portaria nº 002/2012, de 29 de fevereiro de 2012. O Hospital foi incluído no Programa Paulista de Apoio às Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, programa do qual fazem parte hospitais que, em 2013, notificaram maior número de mortes encefálicas no Estado de São Paulo.

 

O que é doação de órgãos?

Doação de órgãos é um ato nobre que pode salvar vidas. Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação. É preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar um órgão. Hoje é com um desconhecido, mas amanhã pode ser com algum amigo, parente próximo ou até mesmo você. Doar órgãos é doar vida.

O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.

 

O que é morte encefálica?

A morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções encefálicas (cerebrais), definida pela cessação das funções corticais e de tronco cerebral, portanto, é a morte de uma pessoa.

Após a parada cardiorrespiratória, pode ser realizada a doação de tecidos (córnea, pele, musculoesquelético, por exemplo). A Lei 9.434 estabelece que doação de órgãos pós morte só pode ser feita quando for constatada a morte encefálica.

 

Como é feito o diagnóstico de morte encefálica?

O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Em 2017, o CFM retirou a exigência do médico especialista em neurologia para diagnóstico de morte encefálica, assunto amplamente debatido e acordado com as entidades médicas.

Deste modo, a constatação da morte encefálica deverá ser feita por médicos com capacitação específica, observando o protocolo estabelecido. Para o diagnóstico de morte encefálica, são utilizados critérios precisos, padronizados e passiveis de serem realizados em todo o território nacional.

Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo de ser doador e deixar claro que eles, seus familiares, devem autorizar a doação de órgãos.

No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar. Pela legislação brasileira, não há como garantir efetivamente a vontade do doador, no entanto, observa-se que, na grande maioria dos casos, quando a família tem conhecimento do desejo de doar do parente falecido, esse desejo é respeitado. Por isso a informação e o diálogo são absolutamente fundamentais, essenciais e necessários. Essa é a modalidade de consentimento que mais se adapta à realidade brasileira. A previsão legal concede maior segurança aos envolvidos, tanto para o doador quanto para o receptor e para os serviços de transplantes.

A vontade do doador, expressamente registrada, também pode ser aceita, caso haja decisão judicial nesse sentido. Em razão disso tudo, orienta-se que a pessoa que deseja ser doador de órgãos e tecidos comunique sua vontade aos seus familiares.

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Cabe à Central Estadual de Transplantes, por meio desse sistema, gerar a lista de receptores compatíveis com o doador em questão. A posição na lista de espera é definida por critérios técnicos de compatibilidade entre doador e receptor (tais como a compatibilidade sanguínea, antropométrica, gravidade do quadro e tempo de espera em lista do receptor). Para alguns tipos de transplantes é exigida, ainda, a compatibilidade genética.

 

Quais são os tipos de doador?

Existem dois tipos de doador.

1 – O primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só com autorização judicial.

2 – O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).

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