O dia 13 de setembro é marcado na área da saúde como o Dia Mundial da Sepse. O objetivo é conscientizar a população e os profissionais da saúde, além de discutir sobre tão importante tema.
O CONSAÚDE, por meio do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do Hospital Regional Dr. Leopoldo Bevilacqua (HRLB) adere à campanha mundial, mais uma vez, com o objetivo de alertar para esta doença que continua a causar, a cada ano, um número aproximado de seis milhões de óbitos em todo o mundo, a maioria dos quais passíveis de prevenção.
O SCIH do HRLB/CONSAÚDE elaborou e implantou em 2014 um Protocolo de SEPSE GRAVE, atualizado anualmente, com versões digitais e impressas para consulta de todos os profissionais na rede de computadores e no site do CONSAÚDE.
O que é sepse?
A sepse é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. A sepse era conhecida antigamente como septicemia ou infecção no sangue. Hoje é mais conhecida como infecção generalizada.
Na verdade, não é a infecção que está em todos os locais do organismo. Por vezes, a infecção pode estar localizada em apenas um órgão, como por exemplo, o pulmão, mas provoca em todo o organismo uma resposta com inflamação numa tentativa de combater o agente da infecção. Essa inflamação pode vir a comprometer o funcionamento de vários dos órgãos do paciente.
Por isso, o paciente pode não suportar e vir a falecer. Esse quadro é conhecido como disfunção ou falência de múltiplos órgãos.
Problema de saúde
A sepse hoje é a principal responsável por óbitos dentro de nossos hospitais. Somente em adultos, estima-se cerca de 670 mil casos por ano, dos quais 240 mil falecem. A sepse é também uma causa importante de morte em crianças e neonatos. Ao contrário do que se pensa, sepse não é um problema só para pacientes já internados em hospitais. Grande parte dos casos são pacientes atendidos nos serviços de urgência e emergência.
Vidas perdidas
Os dados do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) mostram que a letalidade de pacientes em unidades de terapia intensiva de adultos no Brasil é de 55%. As razões para essa letalidade elevada são múltiplas e não se limitam aos pacientes adultos, incluindo também a população pediátrica e neonatal. Entre elas:
- população com condições básicas de saúde inadequadas
- dificuldade de acesso ao sistema de saúde
- falta de infraestrutura na rede hospitalar, principalmente nos setores de urgência
- dificuldade de acesso a leitos de terapia intensiva
- número inadequado e despreparo de profissionais para atendimento
- desconhecimento entre profissionais de saúde e leigos
- tratamento inadequado
O atraso na procura de auxílio é um entrave a ser vencido. Uma pesquisa do ILAS (DATAFOLHA/2017) mostrou que somente 14% dos entrevistados já tinham ouvido falar sobre sepse. Campanhas de esclarecimento envolvendo sociedades de profissionais de saúde e meios de comunicação devem ser realizadas para minimizar o problema.
Reconhecimento precoce é a chave para o tratamento adequado. Todas as Instituições devem treinar suas equipes, com foco na enfermagem, para reconhecer os primeiros sinais de gravidade, principalmente nos serviços de urgência. O tratamento adequado nas primeiras horas tem clara implicação no prognóstico. Medidas simples, como coleta de lactato, culturas, antimicrobianos e ressuscitação hemodinâmica podem salvar vidas.
O que fazer?
- Conhecendo melhor a doença e suas consequências por meio de estudos clínicos e epidemiológicos.
- Fazendo campanhas de prevenção tanto para sepse comunitária como sepse adquirida no ambiente hospitalar.
- Implementando programas de melhoria de qualidade assistencial, visando otimizar a detecção precoce e o tratamento adequado em pacientes adultos, pediátricos e neonatais, com seguimento pós-alta adequada.
- Divulgando entre profissionais de saúde e leigos seu impacto social.
- Promovendo ações políticas visando aumentar a atenção das instâncias governamentais para a gravidade do problema.
Para mais informações acesse:
Texto: Equipe do SCIH do HRLB/CONSAÚDE